A Estranha Vida de RM
quarta-feira, 2 de agosto de 2023
A menina do vestido vermelho
terça-feira, 1 de agosto de 2023
As ilhas em mim
quarta-feira, 12 de julho de 2023
Saudade
segunda-feira, 10 de julho de 2023
Ciúmes da lua
sábado, 8 de julho de 2023
Conversas a sós
quarta-feira, 5 de julho de 2023
Deixa ir
terça-feira, 4 de julho de 2023
Vazio repleto
Seria este o primeiro texto deste meu novo blog, mas este vazio de mim, tolhe-me as palavras, turva-me o pensamento e acredito que não saia nada com sentido no fim desta mistura de palavras a que alguém chame texto.
Ultimamente, tenho andado tão repleto de mim, tão embrenhado nos meus sentimentos tão distintos uns dos outros, em que nada me parece fazer sentido sequer e esqueço de guardar parte de mim em estado são. Deixo-me levar pelo momento, pelo sentimento que me aparece nesse instante, pela fadiga de lutar contra outros sentimentos.
Não sei se seria suposto estar aqui a falar de mim, do que me vai na alma, ou se seria expectável falar de uma vida imaginada por entre sonhos e desilusões, de lutas e aventuras, mas que diferença faria? estaria a falar de mim na mesma, talvez com outro nome, com uma outra personagem para alimentar o ego a alguém que pudesse imaginar que assim seria mais fácil acreditar nas minhas palavras. Seja como for, este será o primeiro aglomerado de palavras que este blog irá ver, e se tudo correr bem, poderá muito bem ser o ultimo ou então facilmente será substituido na cronologia por outros mais, tudo depende do meu estado de espírito, do meu vazio que me preenche.
Não criei uma ideia para hoje, não tenho grande coisa para contar, poderia falar dos amores, dos desamores, de aventuras, de tristezas ou alegrias, mas se conseguisse explicar este vazio, este meu todo que me invade a alma, que me faz perder a cabeça e me troca as palavras por um enorme nó na garganta, penso que se ficaria a perceber tanto mais que nada.
Um dia, fui crente ao pensar que estaria tudo resolvido na minha cabeça, no meu coração e que as tempestades não me voltariam a abalar, sim, houve um dia em que acreditei mesmo nisso, com a força com que uma criança acredita que quer ser a feliz para sempre, bastando apenas sorrir. Hoje de nada me vale o sorriso, o meu ou o teu, não por não o querer, ou por não retribuir, apenas porque hoje não quero sorrisos, não quero felicidade, quero o meu vazio, que me puxa para o fundo, que me esmaga o corpo e a alma como se fosse um trapo.
Já perdi o velho hábito de escrever, de querer ser lido, de tentar fazer alguém sonhar com as palavras, hoje apenas sou o livro aberto de folhas em branco que apanha pó em cima de uma estante qualquer, na esperança que os raios de sol não lhe manchem o papel com o tom amarelado que lhe dá anos de vida.
Este vazio, este âmago de tudo em mim, que me suga a alma, que me leva para longe do mundo e me deixa ficar num outro lugar de onde já perdi o conhecer, o saber e os hábitos, tantas vezes me acompanhou, tantas vezes foi apenas o meu lugar, o meu aconchego, o meu tudo, e hoje sinto-me um estranho na sua companhia, sinto-me desconfortável por o ter a tempo inteiro, quase o vejo como um inimigo capaz de me fazer as maiores atrocidades. Mas aqui estou eu, não disposto a aceitar o vazio, ou a querer reencontrar um velho companheiro, apenas estou aqui, para que o deixe levar-me a seu bel-prazer.
Acabei por perder o resto do raciocínio daquilo que queria falar, talvez tenha sido este vazio que me invadiu uma vez mais a mente e me retirou o pouco que me restava.
Sem despedia ou resumo do que quer que seja, vou terminar isto como a vida termina a relação com os seus ocupantes, de forma fria, sem significado ou razão, apenas sendo ela repleta de vazio.
A menina do vestido vermelho
Esse tom moreno de pele queimada pelo sol, o castanho do teu cabelo cacheado pelos ombros, o escuro dos teus óculos de sol pousa...
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